A Fórmula 1 quer ampliar sua presença no mercado de apostas esportivas e procura novas parcerias para desenvolver um sistema mais envolvente para os fãs. A revelação foi feita por Jonny Haworth, diretor mercantil de parcerias da categoria, durante o Fórum BlackBook Motorsport, em Londres.
Apesar de ter um público global estimado em 10% da população mundial, a F1 movimenta exclusivamente 0,4% do mercado de apostas esportivas. Outrossim, diferentemente de outras modalidades porquê futebol e basquete, a categoria ainda não conta com um parceiro global de apostas, mantendo exclusivamente um negócio regional com a 188Bet na Ásia.
“Estamos trabalhando muito para ter um resultado de apostas envolvente, que permita que as pessoas não exclusivamente palpitem nos resultados finais, mas usem os dados para poder apostar ao vivo. Nossa jornada é para buscar mais espaço no mercado de apostas neste momento”, afirmou Haworth.
A estratégia de desenvolvimento da Fórmula 1 no setor de apostas mira principalmente o mercado norte-americano, que apresentou um desenvolvimento significativo nos últimos anos. Segundo dados da American Gaming Association (AGA), as apostas esportivas movimentaram US$ 13,71 bilhões em 2024, um aumento de 25,4% em relação ao ano anterior.
Para Haworth, a expectativa é que essa expansão se intensifique a partir de 2026, quando um novo regulamento técnico entrará em vigor e poderá aumentar a imprevisibilidade dos resultados das corridas.
“Há muitas maneiras diferentes de se envolver no esporte do que somente ‘sentar e ver’ a uma transmissão de duas horas. E essa (expansão do mercado de bets na F1) é uma maneira que gera muito engajamento”, complementa.
Especialistas do setor acreditam que as declarações de Haworth reforçam a preço do mercado de apostas para o esporte em universal. Para Dan Stone, diretor de Marketing da inplaySoft, provedora de soluções para plataformas de iGaming, essa movimentação tem ótimas perspectivas para o horizonte..
“Não é nenhuma surpresa que a indústria de apostas tenha atraído a atenção no mundo da F1. Os mercados regulamentados em toda a América Latina apresentam uma oportunidade incrível, com um valor estimado de GGR de US$ 3 bilhões exclusivamente para apostas esportivas no Brasil até o final deste ano. E de uma perspectiva demográfica, não há exclusivamente a base certa para o público da F1, mas também uma que tem longevidade. Qualquer um que tenha visto Drive to Survive da Netflix sabe que o esporte tem uma regra única de atração entre os fãs, e mantém níveis invejáveis de lealdade. Por isso, a perspectiva de explorar esse mercado de um ângulo de apostas é grande”, avalia.
Talita Lacerda, Diretora Executiva de Operações da Ana Gaming, também vê essa movimentação porquê uma evolução oriundo da categoria.
“Acredito que seja um caminho oriundo para a Fórmula 1, seguindo o que já acontece em outros esportes. Estamos falando de um mercado regulamentado, transparente e com regras claras de responsabilidade jurídica e social. Por isso, vejo porquê inevitável que a F1 abrace o universo das apostas esportivas — principalmente por se tratar de um evento que leva entretenimento e emoção aos fãs ao volta do mundo”, explica.
Vinicius Nogueira, CEO da BETesporte, destaca que a baixa participação da F1 no mercado de apostas se deve ao protótipo atual de apostas ao vivo, que ainda não é tão desenvolvido quanto em outros esportes.
“De indumentária, o mercado da F1 tem um volume mais grave e não aparece nem no Top 10 entre os mais apostados no Brasil, por exemplo, e isso tem a ver com as odds que são oferecidas em tempo real, que é um pouco geral e já segmentado, há muitos anos, em outros esportes, principalmente o futebol. Acho que essa sugestão pode trazer mudanças positivas, além de proporcionar uma novidade natividade de receitas para a indústria”, pontua.
Leonardo Henrique Roscoe Bessa, consultor do Juízo Federalista da OAB e sócio do Betlaw, escritório de advocacia especializado no setor de jogos e apostas, ressalta que um protótipo mais atrativo para apostas pode ser proveitoso não exclusivamente financeiramente, mas também para a fidelização do público.
“A F1 possui características diferentes de outros esportes, e trazer novos serviços voltados para o que acontece durante as provas pode ser um atrativo de prender a atenção dos fãs, principalmente aqueles que acompanham a modalidade exclusivamente em eventos específicos, e não durante toda a temporada. A enunciação do diretor de parcerias comerciais também corrobora o quanto o desenvolvimento deste mercado, sério e regulamentado, pode trazer não exclusivamente novas receitas, mas uma forma criativa de gerar engajamento para públicos distintos”, acrescenta.
Com o desenvolvimento contínuo do setor e a procura da Fórmula 1 por novas formas de engajamento, a inclusão de apostas ao vivo e novas parcerias pode simbolizar um salto estratégico para a categoria nos próximos anos.