A novidade regra “anticera”, que penaliza goleiros com a marcação de um escanteio por desperdício de tempo, foi criticada pelo ex-goleiro da Seleção da Inglaterra Paul Robinson. Em entrevista à BBC, o ex-jogador disse que a regra parece ter sido feita por quem nunca jogou esfera.
“Essas regras estão sendo feitas por pessoas que claramente nunca jogaram futebol. Estão dando escanteios? Antes, os goleiros tinham seis segundos — depois essa regra foi deixada de lado, e os goleiros começaram a gerenciar o tempo e a segurar a esfera. Agora, estão dando dois segundos a mais, e o limite passa a ser oito”, reclamou.
O IFAB defende que a novidade regra, que entra em vigor em todos os níveis do futebol a partir de 1º de julho, tem porquê objetivo apressar o jogo. O Mundial de Clubes deste ano, que começa em junho, já vai racontar com a novidade regra.
Outro ex-goleiro da Seleção Inglesa, Rob Green, acredita que a antiga regra de seis segundos deveria ter sido aplicada de forma mais rigorosa.
“Antigamente, havia a regra dos seis segundos, que foi gradualmente abandonada — não sei por quê. Acho que isso já era uma forma de dissuasão suficiente”, disse ele também à BBC.
“Parece estranho reintroduzir alguma coisa assim, mas se pudermos ter mais tempo de jogo efetivo nos 90 minutos, sou em prol. Estatisticamente, há exclusivamente 4% de chances de gol a partir de um escanteio, logo não é uma prenúncio tão grande. Mas, no final da partida, a última coisa que os companheiros de time querem é proteger uma esfera paragem se estiverem ganhando”, avaliou.
Entenda a novidade regra
A mudança, anunciada no último sábado (1) pelo Associação Internacional de Futebol (IFAB), altera a Lei 12.2 a partir da próxima temporada, estabelecendo que os goleiros serão punidos se segurarem a esfera por mais de oito segundos.
De consonância com a novidade diretriz, os árbitros começarão a racontar o tempo mal o goleiro segurar a esfera e farão uma descrição visual de oito segundos. Caso o jogador não libere a esfera dentro do prazo, um escanteio será marcado para a equipe adversária.
Até logo, a punição concedia um tiro livre indireto, que não poderia ser chutado diretamente ao gol. A novidade sanção, no entanto, promete um impacto maior no jogo, incentivando uma reposição de esfera mais rápida e diminuindo a “cera” dos goleiros.