Em meio ao caso de fraude em competição esportiva, o atacante Bruno Henrique deve iniciar o duelo desta quarta-feira (16) contra o Juventude uma vez que titular.
O Flamengo recebe a equipe gaúcha no Maracanã às 21h30 (de Brasília), em jogo válido pela quinta rodada do Campeonato Brasiliano.
Bruno Henrique foi indiciado nesta terça-feira (15) pela Polícia Federalista uma vez que secção de uma investigação que apura a manipulação de eventos em partidas de futebol para beneficiar apostadores.
Segundo as autoridades, o jogador teria provocado deliberadamente um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, em novembro de 2023, para propiciar familiares que apostaram especificamente nesse evento. Outras nove pessoas também foram indiciadas no caso.
Em nota, o Flamengo se disse comprometido com o fair play no futebol, mas declarou que pretende concordar o jogador até que ele seja réprobo.
O Flamengo não foi expedido oficialmente por qualquer mando pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela prensa sobre o desportista Bruno Henrique. O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a emprego do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legítimo, com ênfase no contraditório e na ampla resguardo, valores que sustentam o estado democrático de recta.
Flamengo em nota
Bruno Henrique vem sendo titular nos últimos jogos do rubro-negro neste Brasileirão, com exceção do jogo com o Vitória, no último dia 6, quando entrou no transcurso da segunda lanço.
Confira a cronologia dos principais fatos da investigação
1º de novembro de 2023 – O cartão amarelo e o início da suspeita
Na 31ª rodada do Campeonato Brasiliano, o Flamengo enfrentou o Santos no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Durante a partida, vencida pelo time paulista por 2 a 1, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo. A punição era a terceira dele na competição, o que resultou em suspensão automática.
Pouco em seguida o jogo, casas de apostas identificaram uma movimentação atípica: um volume proeminente e concentrado de apostas prevendo exatamente a punição ao jogador. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) repassou as informações às autoridades, o que motivou o início da apuração.
5 de novembro de 2024 – Operação “Spot-fixing”
Quase um ano em seguida o jogo, a Polícia Federalista, em parceria com o Grupo de Atuação Privativo de Combate ao Delito Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Região Federalista, deflagrou a operação “Spot-fixing”.
Foram cumpridos 12 mandados de procura e mortificação no Rio de Janeiro e em quatro cidades de Minas Gerais, entre elas Belo Horizonte, onde o jogador nasceu. Mais de 50 agentes e seis promotores participaram da ação. Bruno Henrique, seu irmão Wander Nunes, e outros envolvidos foram intuito de buscas. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos.
Poucos dias depois, Bruno Henrique se manifestou e declarou ser simples.
“Sim (sou simples). Recebi (a operação) de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um face que sempre sabe. Minha vida, minha trajetória, desde quando eu comecei a jogar futebol. Deus sempre foi comigo. E, face, eu estou tranquilo em relação a isso. As pessoas que estão aí nessa guerra comigo, eu só peço que a justiça seja feita e separar fora de campo com dentro de campo”, disse Bruno Henrique na era.
22 de março de 2025 – MP procura prova do jogador
Com a investigação avançada, o Ministério Público do Região Federalista e Territórios manifestou interesse em ouvir Bruno Henrique para concluir o sindicância. Os promotores consideraram que o desportista “agiu deliberadamente” para receber o cartão e possibilitar que familiares lucrassem com as apostas. A essa profundidade, a investigação da PF já havia identificado trocas de mensagens entre o jogador e o irmão, em que discutiam a possibilidade da punição.
14 de abril de 2025 – Indiciamento
Na desenlace da apuração, a Polícia Federalista indiciou Bruno Henrique por fraude em competição esportiva. O relatório foi guiado ao Ministério Público e os promotores sinalizaram que devem seguir o entendimento da Polícia Federalista de que houve o violação. A investigação aponta que o cartão amarelo foi premeditado, e que os familiares do desportista tinham conhecimento prévio da intenção. A informação foi inicialmente divulgada pelo portal “Metrópoles” e confirmada pela CNN com fontes ligadas à PF.
O Superior Tribunal de Justiça Esportiva solicitou à Polícia Federalista o compartilhamento das provas coletadas em relação ao caso. À CNN, o órgão afirmou que está aguardando o recebimento do material probatório para “determinar os próximos passos” e se reabrirá a investigação no contextura esportivo.