A deposição da treinadora olímpica de ginástica rítmica da Itália, Emanuela Maccarani, acusada de ataque psicológico contra jovens ginastas, gerou reações divergentes entre atletas e ativistas nesta quinta-feira (27).
A Federação Italiana de Ginástica anunciou na quarta-feira (26) a dispensa de Maccarani do incumbência que ocupou por 29 anos. A decisão ocorre em seguida promotores da cidade de Monza pedirem que ela vá a julgamento sob delação de maus-tratos contra atletas.
As investigações começaram em 2022, em seguida as ex-ginastas Anna Basta e Nina Corradini denunciarem a técnica por ataque psicológico durante seus treinamentos.
Segundo relatos amplamente divulgados pela mídia italiana, Maccarani obrigava as atletas – menores de 18 anos na era – a se pesarem na frente dos colegas e permitia que membros da equipe técnica as insultassem caso fossem consideradas supra do peso.
Maccarani nega todas as acusações e afirmou que sua maior preocupação é com a equipe de ginástica rítmica, e não com seu porvir pessoal.
“É devastador pensar no impacto que essa decisão terá sobre a equipe”, disse. A treinadora também declarou que não recebeu justificativa solene para sua deposição e pretende focar em sua resguardo legítimo.
Para Daniela Simonetti, presidente da ChangeTheGame – organização italiana de base a vítimas de abusos no esporte –, a saída de Maccarani representa “um ponto de viradela que abre uma novidade página para os jovens ginastas”. A entidade ajudou Basta e Corradini no processo contra a treinadora.
Basta celebrou a decisão e afirmou que a deposição deve marcar o término de métodos de treinamento “antiquados e prejudiciais para os atletas do porvir”.
No entanto, secção da comunidade esportiva saiu em resguardo da técnica. “Depois de três anos, nos encontramos em uma situação ainda mais desestabilizadora e prejudicial para nós, atletas, e para o planejamento da equipe”, disse Martina Centofanti, ginasta da seleção italiana de ginástica rítmica.