Carlos Alcaraz é o vencedor do Roma Open. Em uma exibição firme e madura diante do líder do ranking mundial, o espanhol superou Jannik Sinner por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-5) e 6/1, em 1h45min de jogo neste domingo (18), e levantou o troféu pela primeira vez no saibro do Mesada Italico.
Foi a quarta vitória consecutiva sobre o italiano e o 25º título da curso de Alcaraz, aos 22 anos. O resultado reforça sua subida na temporada e o coloca entre os principais candidatos ao título de Roland Garros, que começa em uma semana.
A final marcou o primeiro confronto em um Masters 1000 entre jogadores com múltiplos títulos de Grand Slam fora do Big Three desde 2004, quando Hewitt enfrentou Agassi.
Sinner chegava embalado por uma impressionante sequência de 26 vitórias consecutivas no giro, mas o desgaste físico foi evidente em seguida um primeiro set equilibrado, resolvido no tie-break.
Alcaraz, por sua vez, foi eficiente e ordenado: somou 17 winners e 32 erros não forçados na partida, mas dominou os pontos decisivos e impôs dois sets de realidades opostas. O italiano teve exclusivamente sete bolas vencedoras e permaneceu sem ocupar um título em vivenda – Roma segue uma vez que torneio pênsil para o número 1 do mundo.
Ao erguer o troféu, Carlos Alcaraz celebrou o título inédito e fez questão de elogiar o rival:
“Estou muito, muito feliz. É meu primeiro título cá e espero que não seja o último. Antes de tudo, quero expressar que estou muito feliz em ver o Jannik de volta a esse nível incrível. Sei que não foi fácil, ele ficou três meses sem jogar e já chega à final de um Masters 1000, isso é insano. Tenho que parabenizá-lo e à equipe dele. Estou muito orgulhoso da forma uma vez que abordei o jogo, taticamente e mentalmente. Mantive um bom nível do prelúdios ao termo”, afirmou.
Pensando já em Roland Garros, o espanhol completou:
“A final não é sobre jogar, é sobre vencer. Agora vou repousar alguns dias, curtir com minha equipe e me preparar para Paris. Vencer em Roma e ver o Jannik também indo muito me dá ainda mais crédito para o que vem por aí”.
Porquê foi o jogo
O primeiro set foi à fundura da expectativa que envolve dois nomes consolidados no topo do ranking mundial. Alcaraz e Sinner entregaram um duelo equilibrado, repleto de variações, trocas intensas e jogadas plásticas, uma vez que se estivessem respondendo, ponto a ponto, ao clima elétrico no Mesada Italico.
Sem quebras de serviço, o set seguiu tenso até o tie-break, em meio a momentos de pura emoção – uma vez que os gritos da torcida italiana em uníssono: “Olê, olê, olê, olá… Sinner, Sinner!”
Mas foi Alcaraz quem mostrou frieza nos detalhes. O espanhol salvou dois set points antes do desempate, começou o tie-break com um mini break e emendou dois aces para tomar o controle.
Mesmo com um desempenho irregular, terminou o set com 9 winners e 22 erros não forçados, aproveitou melhor os pontos decisivos e fechou a parcial. Sinner, apesar do esteio das arquibancadas e de ter cometido um erro não forçado a mais que o rival (23), viu o primeiro set evadir por margem mínima.
Já o segundo set teve um roteiro completamente ilustre. Sinner, que vinha sustentando o ritmo intenso do duelo até logo, demonstrou sinais claros de desgaste físico, possivelmente ligados a qualquer incômodo físico.
Sem explosão nos deslocamentos e com queda na precisão, o italiano viu Alcaraz dominar as ações desde o início. Com duas quebras seguidas, o espanhol abriu 4 a 0 em poucos minutos, impondo um ritmo sufocante que contrastava com a entrega limitada do rival.
A parcial parecia caminhar para um “pneu”, mas Sinner conseguiu confirmar um game de saque, ainda que sob a sentimento de que Alcaraz, em vantagem confortável, tenha tirado um pouco o pé.
Sacando com poder, o espanhol fechou o set em 6/1, com um desempenho sólido: foram 8 winners e 10 erros não forçados, números muito superiores aos do italiano, que produziu exclusivamente dois winners e cometeu oito erros.