Autoridades do governo tcheco saíram em resguardo do ex-goleiro Dominik Hasek, ídolo do hóquei internacional, depois declarações que teriam sido ameaças de morte feitas pelo ex-presidente russo Dmitry Medvedev.
Hasek, membro do Hall da Glória da NHL e vencedor olímpico em 1998 (na primeira edição dos Jogos com participação de atletas da liga norte-americana), é um crítico frequente da presença de atletas russos em competições internacionais, em protesto contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Segundo a filial estatal russa TASS, depois o jogador russo Alexander Ovechkin ultrapassar o recorde de gols de Wayne Gretzky na NHL neste mês, Medvedev afirmou na rede social Telegram que Hasek poderia “cometer suicídio” por culpa disso.
Na segunda-feira (21), Hasek publicou no X (vetusto Twitter) que havia enviado cartas à Federação Internacional de Hóquei no Gelo e ao Comitê Olímpico Internacional denunciando a ameaço.
“Informei que o ex-presidente russo Medvedev me ameaçou de morte”, escreveu Hasek, acrescentando que também apelou para que as entidades não permitam que a Rússia use o esporte uma vez que propaganda de guerra.
Na terça-feira, um assessor de Medvedev afirmou à TASS que o ex-presidente considera Hasek mentalmente instável.
“Recomendo que ele atravesse a rua com mais zelo, evite ingerir cerveja em locais duvidosos e visite um psiquiatra regularmente”, disse Oleg Osipov, citando Medvedev.
O primeiro-ministro da República Tcheca, Petr Fiala, classificou as declarações uma vez que “absolutamente inaceitáveis”.
“Não é provável ignorá-las, pois Medvedev não é uma pessoa geral, mas um elevado representante do governo russo”, declarou Fiala no X.
O ministro do Interno tcheco, Vit Rakusan, também se manifestou e afirmou que Hasek receberá proteção, caso necessário.